01/05/2010

Vereador promoveu debate sobre Operação Água Espraiada

Edição 2138 – de 19 a 25 de setembro de 2003 – Página 6


Na última quarta-feira, dia 17, o vereador Odilon Guedes (PT), que foi subprefeito do Jabaquara por dois anos, promoveu um debate sobre a Operação Urbana Água Espraiada. A Prefeitura pretende prolongar a avenida de mesmo nome, na região do Jabaquara, fazendo a remoção de famílias que vivem ao longo do Córrego e inserindo-as em programas habitacionais na própria região. Além disso, o projeto prevê a revitalização de toda a região, com a verba proveniente da venda dos chamados “CEPAC’s” (Certificados de Potencial Construtivo), em leilões. Os CEPAC’s representam a possibilidade de construir acima do permitido pela lei de zoneamento atual e poderão ser comprados por investidores e empreendedores. A verba proveniente da Operação vai para um caixa exclusivo para a revitalização da região.

No debate promovido pelo vereador, estavam presentes o vice-presidente da Emurb e gestor da Operação Urbana Consorciada Água Espraiada, Antonio Carlos Rea, o diretor presidente da Cohab, Ricardo Schumann e o arquiteto e urbanista Paulo Bastos, autor do Plano de Requalificação e Complementação Urbanística da Avenida. Representantes de cerca de doze entidades de moradores da região também participaram. “É fundamental que a população acompanhe o processo desde já e durante toda a fase de implantação da Operação”, avaliou o vereador.

O projeto prevê que a Avenida Água Espraiada poderá ser composta de prédios multiuso, com escritórios, estabelecimentos comerciais diversos e residências, de forma a garantir ocupação racional durante dia e noite. Também nos projetos habitacionais destinados à população de baixa renda, devem ser construídos prédios baixos, não apenas com moradia para os atuais ocupantes das favelas, como também com pequenos comércios para garantir renda a esta população.

No entanto, o projeto ainda gera dúvidas. Além de os moradores das comunidades ao longo do Córrego não saberem com exatidão o número de conjuntos habitacionais que será construído (está prevista a construção de 8500 unidades), a população do entorno também não sabe exatamente onde devem ocorrer desapropriações para o prolongamento da avenida. A via deverá ser expressa, sem cruzamentos ou semáforos, e a travessia deve ser feita por pontes e passarelas. Ao longo do córrego, de forma a garantir a permeabilidade do solo e evitar enchentes, deve haver áreas verdes, contando até com pista de cooper, bancos e outros benefícios.

De acordo com o gestor da Operação Urbana, Antonio Carlos Rea, a venda dos CEPAC’s deve começar até outubro. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aprovou os CEPAC’s como títulos mobiliários, o que quer dizer que eles poderão ser vendidos até mesmo para investidores e não necessariamente para quem vai construir em cada terreno. Acredita-se que, desta forma, os títulos sejam valorizados e atraiam grande procura

Já o diretor presidente da Cohab, Ricardo Schumann, procurou tranquilizar os participantes do debate com relação ao número de unidades a ser construído e quanto ao processo de remoção das famílias. Ele reafirmou que as famílias continuarão no bairro e que várias áreas do Jabaquara já estão mapeadas para receber os prédios populares.

O arquiteto Paulo Bastos estimulou a população a acompanhar de perto o desenvolvimento da situação para que um projeto que garanta verde e lazer, permeabilidade e a construção de uma via expressa seja efetivamente executado. Ele explicou que as passarelas vão ter sete metros de largura e que, sobre elas, poderão ser construídos quiosques - uma inovação urbanística na cidade. Bastos lembrou que haverá um conselho gestor, em que haverá representantes da população, que terá por função acompanhar a obra.

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